Governador nega ter sido citado por depoentes do Jampa Digital, na PB

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), se defendeu, nesta segunda-feira (22), das acusações de ter desviado uma verba de R$ 1,6 milhão do programa Jampa Digital para ser usado na campanha de 2010. Por meio do programa Fala Governador, programa oficial semanal de rádio, ele declarou não ter sido indiciado pela Polícia Federal e acrescentou que “nenhum depoente toca sequer no nome Ricardo Coutinho”.
Coutinho explicou que não conhece o teor do inquérito, uma vez que não teve acesso a ele. Mas comentou que pessoas que já tiveram acesso disseram que ele só foi citado no inquérito por ter contratado a empresa de Duda Mendonça para trabalhar na campanha. “Não vejo crime em contratar uma empresa para fazer a campanha ou prestar uma assessoria”, justificou o atual governador. Ricardo Coutinho era o prefeito de João Pessoa na época da instalação do projeto na cidade.

O governador ainda comentou que as suas contas de campanha foram aprovadas e que teve uma campanha “absolutamente pobre”. “Não sou responsável por nada que empresa A, B ou C tenha feito”, declarou.



Sobre suspeita de fraude na licitação, Ricardo Coutinho disse que o processo foi conduzido pelo então secretário de Administração, Gilberto Carneiro, que hoje é procurador do Estado. “Este pregão foi aprovado em três acordãos do Tribunal de Contas do Estado”, garantiu o governador. Ele acrescentou que a licitação foi suspensa, conforme solicitado pelo TCE.


“A modalidade era menor preço por lote. Com isso, você tem competitividade. Essa é uma questão importantíssima para tirar qualquer dúvida. O secretário assinou a ata de registro de preço. Sete empresas participaram, cinco foram habilitadas e foi feita a licitação para que concorressem. É assim que se faz. A Prefeitura não tem nenhuma condução sobre isso. A empresa ganhou e começou a montar o Jampa Digital, gerido pelo então secretário de Ciência e Tecnologia e atual ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro”, afirmou.



Segundo Coutinho, há uma campanha contra seu governo por parte da Rede Paraíba de Comunicação, grupo que abrange as afiliadas da Globo na Paraíba. O governador falou em “calúnia” e disse que todas as empresas que noticiaram que ele foi indiciado vão responder na Justiça. “Foi feito um grande carnaval. Estão tentando esconder escândalos maiores e tentando atingir o meu partido nacionalmente”, pontuou.

A Rede Paraíba de Comunicação se limitou a reportar o que havia sido investigado e fazia parte do inquérito da Polícia Federal. As TVs Cabo Branco e Paraíba, G1 PB, a CBN João Pessoa e o Jornal da Paraíba, todos integrantes da Rede Paraíba de Comunicação, jamais disseram que o governador Ricardo Coutinho havia sido indiciado no esquema que, segundo a Polícia Federal, desviou verba do Jampa Digital para ser usada na campanha de 2010.


23 pessoas indiciadas  

A Polícia Federal indiciou 23 pessoas por supostas irregularidades no Projeto Jampa Digital, uma rede que levaria internet sem fio e gratuita para a população de João Pessoa. A investigação da PF concluiu que recursos do projeto foram desviados para financiar a campanha do atual governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) e do vice-governador Rômulo Gouveia (PSD).


O publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha, foi indiciado por lavagem de dinheiro. De acordo com a Polícia Federal, o esquema foi  montado pelo vice-governador Rômulo Gouveia.
Segundo o inquérito, em 2009, quando era deputado federal, Rômulo Gouveia apresentou uma emenda propondo a criação de um projeto, o Jampa Digital, que deveria levar internet de graça para a população de João Pessoa. O valor total do projeto era de R$ 39 milhões.


De acordo com a Controladoria Geral da União na Paraíba, a licitação foi direcionada para que a empresa Idéia Digital ganhasse. A PF afirma que esta empresa desviou R$ 1,6 milhão e pagou R$ 1,1 milhão a outras duas empresas, a Brickell e a Rigusta. Estas duas teriam pago serviços do publicitário Duda Mendonça, que fez a campanha de Ricardo e Rômulo.


A Secretaria de Comunicação do Estado da Paraíba afirmou  que as empresas responsáveis pela implantação do projeto Jampa Digital, investigado pela Polícia Federal e que gerou indiciamento de não foi doadora da campanha do governador Ricardo Coutinho.
caverna com G1

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