O governo federal vai investir R$ 128,2 milhões no combate à violência e à dependência do crack e outras drogas, na Paraíba.
Os recursos serão enviados através dos programas 'Brasil Mais Seguro' e 'Crack, é possível vencer'.
As iniciativas buscam reaparelhar a estrutura dos órgãos de segurança pública e melhorar as ações de prevenção e tratamento dos dependentes químicos.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador Ricardo Coutinho formalizaram a adesão do Estado, na tarde de ontem, em solenidade no Palácio do Governo, em João Pessoa. Também participaram da assinatura do termo de adesão aos dois programas do governo federal, os prefeitos de João Pessoa, Luciano Cartaxo; e de Campina Grande, Romero Rodrigues.
A maior parte dos recursos será repassada através do programa 'Brasil Mais Seguro', que prevê investimentos de R$ 91,2 milhões. Este valor será usado em ações que já serão implantadas em julho deste ano. Entre as atividades estão a capacitação dos profissionais de segurança e investimentos nas unidades de polícia científica e na Delegacia de Crimes Contra a Pessoa.
Além disso, ainda será feita aquisição de bases móveis comunitárias, para serem usadas na ampliação das unidades da Polícia Solidária instaladas nos bairros de Alto do Mateus, Mandacaru, Bairro dos Novais, São José, Jardim Planalto, Róger e Jaguaribe, todos na capital.
Já outros R$ 37 milhões chegarão ao Estado por meio do programa 'Crack, é possível vencer'. Deste valor, R$ 5,4 milhões serão empregados na compra de equipamentos para segurança; outros R$ 440 mil serão destinados à capacitação de profissionais.
Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que veio a João Pessoa firmar o termo, as iniciativas já mostraram resultados positivos em outros Estados. Em Alagoas, houve uma redução de 12% nos índices de criminalidade, desde que um termo semelhante foi firmado no Estado, em 2012. O gestor acredita que o desempenho será repetido na Paraíba. “O combate ao crack não pode ser uma luta apenas do governo federal, do Estado ou do município. É uma luta de todos. Cada governo precisa fazer a sua parte e é isso que esse programa se propõe”, afirmou.
De acordo com o secretário de Segurança e Defesa Social, Cláudio Lima, o consumo do crack está associado à violência. “Estimativas apontam que 80% dos crimes contra a vida estão relacionados ao consumo de crack”, declarou.
Para o governador Ricardo Coutinho, a parceria com o governo federal é uma ferramenta importante na luta contra o uso de drogas. “Esse apoio do Ministério da Justiça vai reforçar os equipamentos de segurança, melhorar as ações e formatar a nossa política de combate”, observou o governador.
Na região Nordeste, os Estados de Alagoas, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte já aderiram aos programas.
REALIDADE
Conforme o levantamento 'Observatório do crack', da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), cerca de 80 municípios paraibanos não executam ações de combate aos entorpecentes. Esta é a realidade apontada pela pesquisa que levantou dados de 139 municípios do Estado, no período de 2 a 23 de novembro de 2010.
De acordo com a pesquisa do CNM, dos 139 municípios consultados na Paraíba, apenas quatro tinham programas de combate ao crack e outras drogas, 18 possuíam Centros de Apoio Psicossocial (Caps), contudo 59 afirmaram realizar ações de combate, mesmo sem ter um programa específico implantado. Dos municípios com ações de enfrentamento ao crack, 55 afirmaram realizar mobilização e orientação à população, 53 fazem a prevenção ao uso e em 17 deles há o atendimento a familiares e amigos de usuários e dependentes.
Além disto, em 53 dessas cidades, as Secretarias Municipais de Saúde declararam não receber apoio financeiro de nenhuma das esferas governamentais.
caverna com JP-Online
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