Irã anuncia que é 'autossuficiente' na produção de pó de urânio

DA EFE, EM TEERÃ
O Irã confirmou neste domingo que alcançou a autossuficiência na produção de pó de óxido de urânio concentrado, essencial para o enriquecimento e a geração do combustível nuclear utilizado em usinas atômicas.

"Há alguns instantes foi levado a partir da fábrica de Bander Abbas e introduzido na usina de Isfahan. A partir de agora, o Irã já não terá problemas no abastecimento de urânio", afirmou o diretor do Organismo de Energia Atômica iraniano, Ali Akbar Salehi, citado pela imprensa estatal. 

Segundo o responsável iraniano, o óxido de urânio concentrado é procedente de minas situadas perto do porto de Bander Abbas, no litoral meridional iraniano do golfo Pérsico. 

Uma vez processado em centrífugas por separação isotópica, o pó pode ser transformado em hexafluoreto de urânio (UF6), vital no processo de enriquecimento, mas também no desenvolvimento de armas atômicas.
O anúncio ocorre 24 horas antes de o Irã e o denominado grupo 5+1 --formado pelos cinco países-membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas mais Alemanha-- retome em Genebra o diálogo sobre o controvertido programa nuclear iraniano. 

BALANÇO
 
Desde que começou com o controvertido processo em fevereiro passado, o Irã produziu mais de 35 quilos de urânio enriquecido a 20%, anunciou no fim do mês passado o diretor do organismo iraniano da Energia Atômica, Ali Akbar Salehi. 

Em declarações da agência de notícias local "Isna", o responsável iraniano revelou que o país assinou acordo com a Rússia para compra de diversos produtos radiofamacêuticos. 

"Até o momento, produzimos mais de 35 quilos de urânio enriquecido a 20%, uma média de três quilos por mês. Temos condições de produzir cinco quilos por mês, mas agora não precisamos", afirmou. 

Com Estados Unidos e Israel à frente, a comunidade internacional acusa o Irã de esconder, sob seu programa nuclear civil, outro de caráter clandestino e aspirações militares cujo objetivo seria adquirir arsenal atômico, alegação que o regime iraniano nega.

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