Documentário é um tipo de gênero cinematográfico criado com o intuito de atingir dois objetivos: registrar acontecimentos importantes e/ou incitar polêmicas. Ilegal, dirigido por Raphael Erichsen, Tarso Araújo e produzido pela revista Superinteressante, consegue ser bem-sucedido na segunda opção.
Uma das polêmicas levantadas pelo documentário é o canabidiol (componente derivado da cannabis sativa) e a tentativa de liberação do composto por parte dos pais de crianças que sofrem com a síndrome CDKL5 na Anvisa. Ao contrário de Quebrando o Tabu (Fernando Andrade, de 2011), Ilegal segue uma linha tradicional de filmagem, de reportagem televisiva, mostrando o desespero dos pais entrevistados.
Outro lado
A segunda parte do filme é sobre pessoas que precisam fazer uso da maconha medicinal para aliviar dores de doenças graves, como o câncer. O filme ganha, então, uma vertente mais interessante ao tratar da utilização do THC – principal componente ativo da maconha. Chega-se ao outro lado da história, ao mostrar como esses pacientes encaram o preconceito dos desavisados.
Ilegal é um filme necessário na luta a favor da legalização de substâncias como o canabidiol ou da própria maconha em si, em casos médicos, mas não chega a ser impactante no sentido ideológico. Interessante, é uma tentativa de discutir uma questão, às vezes equivocada, mas que precisa de um segundo olhar.
Para causar impacto
Ilegal retrata os pais que lutam para conseguir a liberação do componente derivado da cannabis sativa, chamado canabidiol, substância que impede que crianças com a síndrome CDKL5 tenham convulsões diárias. Um dos casos retratados é o da filha de Katiele Fischer (foto), Anny Fischer, que mora em Brasília e chega a ter mais de 60 convulsões por dia. O número cai drasticamente quando ela está sob uso do remédio, ainda proibido no País. O longa aproveita o assunto polêmico para causar impacto, usando imagens de uma das crianças mostradas tendo convulsões.
caverna com o Jornal de Brasília
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