Adolescentes no limite tomam a tela no Festival de Cannes

ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL A CANNES

Uma menina que negocia o próprio corpo, um garoto que desde bebê parece odiar a mãe e um casal adolescente que se defronta com a morte.

São assim, jovens e à beira do abismo, os protagonistas de três filmes que o Festival de Cannes exibiu entre ontem à noite e hoje de manhã.

"A Bela Adormecida", da australiana Julia Leigh, "We Need to Talk About Kevin" (precisamos falar sobre Kevin), da inglesa Lynne Ramsay, e "Inquietos", de Gus Van Sant, a despeito das diferenças estéticas e temáticas têm algo comum: a adolescência tratada a partir de seus recantos mais obscuros.

Efe
Cena do filme "Inquietos", do diretor Gus Van Sant
Cena do filme "Inquietos", do diretor Gus Van Sant

Mas enquanto Leigh e Ramsay, ambas em competição pela Palma de Ouro, contam histórias sombrias e usam a câmera para investigar a violência, seja ela social ou sexual, Van Sant, que vai abrir hoje à noite a mostra Un Certain Regard (um certo olhar), parte do que é aparentemente bizarro para aproximar-se da beleza -- e dela extrair arte.

"Inquietos" pode ser definido como a história de amor entre um garoto (o belo Henry Hopper, filho de Dennis Hopper) que perdeu os pais num acidente e uma garota (Mia Wasikowska) que sofre de um câncer fatal.

Desse encontro juvenil e da câmera de Van Sant, que parece voar sobre os personagens, saiu um filme memorável.

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